Longarinas
Ednardo
Faz muito tempo que eu não vejo o verde daquele mar quebrar
Nas longarinas da ponte velha que ainda não caiu
Faz muito tempo que eu não vejo o branco da espuma espirrar
Naquelas pedras com a sua eterna briga com o mar
Uma a uma as coisas vão sumindo
Uma a uma se desminlinguindo
Só eu e a ponte velha teimam resistindo
A nova jangada de vela
Pintada de verde e encarnado
O meu mote não muda
A moda não muda nada
O mar engolindo lindo
A antiga praia de Iracema
Os olhos grandes da menina
Lendo os meus mais novos poemas
A lua viu desconfiada
A noiva do sol com mais um supermercado
Era uma vez meu castelo entre mangueiras e jasmins florados
Beira Mar, ê, ê Beira Mar ...
Ê maninha, arma aquela rêde branca
Arma aquela rêde branca...
Que eu vou chegando agora
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