quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Cio da Terra - 25 Anos




De 31 Outubro até 10 de Novembro 2007, em Caxias do Sul/RS, estão sendo realizadas as comemorações relacionadas aos 25 anos do evento Cio da Terra, 1º Encontro da Juventude Gaúcha, que reuniu cerca de 30 mil pessoas.

Em 1982, a organização do Cio da Terra ficou por conta da União Estadual dos Estudantes (UEE), em parceria com a prefeitura de Caxias, Universidade de Caxias do Sul (UCS) e Fenauva – Turismo e Empreendimentos, sendo considerado como um dos maiores eventos culturais deste tipo. Durante os três dias do encontro, as pessoas conviveram em um clima de debates culturais, apresentações artísticas e apostaram na valorização das propostas alternativas. Tinha cinema, teatro, música, literatura, debates, oficinas, e muito mais.

Zeca Zines vê semelhanças e identidades de abrangências, entre os eventos inaugurais e seminais da Massafeira Livre, realizada em Fortaleza em 1979 e 1980; o Encontro da Juventude Mineira realizado em 1981, e o Cio da Terra realizado em Caxias do Sul em 1982.
Cada um destes eventos, expõe e ressalta características próprias de cada região, e reune multidão de pessoas de todas idades em um palco/platéia aberto às expressão de todos, às premências da "juventude" de diversas faixas etárias querendo se expressar, após abafado período de silêncios impostos pela ditadura.
Nos debates que aconteceram no Cio da Terra, assim como nos outros eventos, tinham vários itens: Música, Teatro, Cinema, Dança, Literatura, Poesia, Artes Plásticas, Cultura Popular, Cultura Alternativa, Folclore, Artezanato, Comidas Típicas etc. No Cio da Terra os debates foram ampliados incluindo temas sobre Ecologia, Educação, TV, Negros, Indios, Mulheres, Alimentação Natural, Camping, Drogas, Política, Sexualidade, etc.
É uma comemoração que merece importância de registro. A programação consta de exposição de 100 (cem) fotos, cartazes, ingressos, material promocional da época, depoimentos e curiosidades, além de shows e exibição de filmes sobre o evento marco para a cultura gaúcha e brasileira.

Outras informações na comunidade orkut – Cio da Terra http://www.orkut.com/CommTopics.aspx?cmm=5820198

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Box -
Na área da música, vários artistas se apresentaram no palco do Cio da Terra, entre os quais Ednardo, Geraldo Azevedo, Sivuca, Jorge Mautner, Saracura, Engenho, Cenair Maicá, Régis e Rogério, Nei Lisboa, Bebeto Alves, Premeditando o Breque (Premê), Tarancon, Os Tapes, As Ninphas, Nelson Coelho de Castro, entre muitos outros.
Em entrevista concedida por Ednardo à Revista Void On Line # 17 de Caxias do Sul/RS, à jornalista Camila Borghetti - Julho 2006 http://www.avoid.com.br/ destaco trechos enviados pela Aura Edições Musicais:
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O Cio da Terra foi um grande encontro, seja na visão realista ou surrealista, tudo muito legal e pleno de harmonia. Quantidade enorme de gente, nos três dias estavam ali, num frio enorme... escutando e fazendo músicas. Grande parte era moçada, mas tinha gente de todas tribos e idades.
Mesmo que todos não soubessem ou tivessem exata consciência da importância daquele acontecimento, sentíamos que nós todos ali estávamos fazendo um evento muito grande...
Acho lindo o cartaz do Cio da Terra com a inteligente observação - Feito por Nossas Próprias Mãos. Porque na verdade foi isto mesmo.
A mais revolucionária das atividades humanas - amor e consciência, sem guerra, repressões, ou separações... pensando nos tempos de hoje, é tudo que todos sempre queremos.
E ali, nós vimos junto com a moçada do Rio Grande do Sul, em Caxias do Sul, e de vários Brasis, se concretizar, num tempo talvez ainda impossível, quase saindo da ditadura militar, mas que força magnífica demonstrada por todos. A música brasileira com certeza ganhou mais força durante este período.
Passeamos entre barracas do imenso acampamento e vimos muita gente linda, que nos convidava pra cantar um pouco e escutar suas músicas, tomar chimarrão, vinho, rolava em alguns cantos, charos dos bons, mas não vi nenhum desbunde de coisas pesadas, a juventude estava ali para mostrar que sabia se organizar por conta própria, e podia ser dona de seu próprio nariz, algumas pessoas nuas saiam das barracas para tomar sol, e casais em suas barracas fazendo amor, mas tudo natural e sem problemas e afetações...
Quando comecei a cantar o dia estava quase amanhecendo e foi um som e visual maravilhoso, eu já tinha tomado do generoso vinho do Rio Grande e o frio, pra mim, havia passado, tanto que cantei de camiseta, uma calça de algodão fina e pés descalços, enquanto todas pessoas do público e músicos, estavam super agasalhadas, foi inesquecível o momento, com grande importância pra mim, e acredito que também pras pessoas que assistiram ao show...
No mais recente show que fiz em Porto Alegre, em 2001, após apresentação, vieram conversar comigo muitas pessoas se referindo que estavam presentes no Cio da Terra, entre elas chegou um casal com um filho de 19 pra 20 anos, dizendo que foi gerado no Cio da Terra, no dia do meu show, e eles colocaram o nome do filho - Ednardo, fiquei super honrado e feliz com este fato, que representa que minhas músicas fazem parte afetiva da trilha sonora e existencial de muitas pessoas...

sábado, 27 de outubro de 2007

Edith Piaf - L'hymne A L'amour - Hino ao Amor

Edith Piaf cantando Hino ao Amor, canção consagrada pela artista em todo o mundo.

L'hymne à l'Amour

Marguerite Monnot / Edith Piaf

Le ciel bleu sur nous peut s'effondrer
Et la terre peut bien s'écrouler
Peu m'importe si tu m'aimes
Je me fous du monde entier
Tant qu'l'amour inond'ra mes matins
Tant que mon corps frémira sous tes mains
Peu m'importe les problèmes
Mon amour puisque tu m'aimes
J'irais jusqu'au bout du monde
Je me ferais teindre en blonde
Si tu me le demandais
J'irais décrocher la lune
J'irais voler la fortune
Si tu me le demandais
Je renierais ma patrie
Je renierais mes amis
Si tu me le demandais
On peut bien rire de moi
Je ferais n'importe quoi
Si tu me le demandais
Si un jour la vie t'arrache à moi
Si tu meurs que tu sois loin de moi
Peu m'importe si tu m'aimes
Car moi je mourrais aussi
Nous aurons pour nous l'éternité
Dans le bleu de toute l'immensité
Dans le ciel plus de problèmes
Mon amour crois-tu qu'on s'aime
Dieu réunit ceux qui s'aiment.

Paroles: Edith Piaf (1915 - 1963)
Musique: Marguerite Monnot 1949

Edith Piaf – Non, Je ne Regrette Rien

Piaf - Um Hino ao Amor
Edith Piaf – Non, Je ne Regrette Rien. Canção francesa escrita em 1956 por Charles Dumont e Michel Vaucaire, que ficou mundialmente conhecida através da gravação da grande intérprete Edith Piaf em 10 Novembro 1960.
As cenas são do filme Piaf - Um Hino ao Amor, que retrata seu sucesso e muitos problemas pelos quais passou. De saúde frágil, ela foi abandonada ainda pequena pela mãe, uma cantora, e criada pela avó em um bordel. Quando já estava se acostumando com a vida que levava, foi levada pelo pai, um contorcionista, para segui-lo em exibições de circo. Não demorou muito para que descobrissem seu talento na música.
Dos 3 aos 7 anos de idade fica cega, recuperando-se milagrosamente. Aos 15 anos, Edith segue inconscientemente os passos da mãe, cantando nas ruas em troca de moedas. Porém, sua experiência adquirida nas apresentações com seu pai e nos cabarés que freqüentou, permite que sua voz chame a atenção de todos os que a escutam.
Ela consolida sua carreira, mas não de uma forma fácil. Sempre enfrentando problemas com vícios e dramas pessoais. Isto não impede que Edith Piaf se torne uma das maiores cantoras de todos os tempos.
Piaf - Um Hino ao Amor conta a história real da intérprete de canções como La Vie en Rose e Non, Je Ne Regrette Rien.
O filme nasceu quando o diretor Oliver Dahan viu foto da juventude de Edith e percebeu que quase ninguém sabia nada sobre essa época de sua vida. Devido a inúmeros problemas, como o envolvimento com cafetões ou suspeita de assassinato, ela raramente falava sobre antes de se tornar a famosa Edith Piaf. O sobrenome artístico recebeu por seu tamanho, 1,42 m. Piaf, em francês, é pardal.
É um dos grandes filmes biográficos. Marion Cotillard, atriz que interpreta Edith, demonstra talento incrível. Conta ainda com o grande ator Gérard Depardieu. Título Original: La Môme - 2007.
O roteiro de Isabelle Sobelman e Olivier Dahan é extremamente original e as emoções saem de todos os lados. Edith Piaf para muitos é provavelmente o maior ícone da cultura francesa. http://youtu.be/4Hqc-NWlNJQ

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Sêca D'água - Patativa do Assaré - Interpretação coletiva





Este projeto nasceu quando o nordeste do Brasil estava vivenciando uma "Sêca" inversa, em vez da falta de água era uma enchente que inundava toda região.
Muitos artistas se reuniram para falar e cantar, pegaram o mote da Letra de Patativa do Assaré - Sêca D'água" e desenvolveram em duas músicas coletivas, cantadas por muitos artistas brasileiros.
Entre os quais: Chico Buarque, Gilberto Gil, Ednardo, Fagner, Belchior, Elba Ramalho, Amelinha, Luiz Gonzaga, MPB 4, Roberto Ribeiro, Alcione, João Nogueira, Paulinho da Viola, Olivia Bynton, Ivan Lins, Elza Soares, Luiz Carlos da Vila, Terezinha de Jesus, Tania Alves, Carlinhos Vergueiro, Beth Carvalho, Rosemary, Mauro Duarte, Bebeto, Telma, Sílvio César, Marlene, Erasmo Carlos, Miucha, Cristina Hollanda, Gonzaguinha e muitos outros.
Na faixa Chega de Mágoa - presentes Tim Maia, Maria Betânia, Roberto Carlos, Gal Costa, Tom Jobim, Wagner Tiso, e muitos outros ilustres.

Gravação realizada no Multistudio (Rio de Janeiro) entre os dias 8 a 16 de maio de 1985.

Com produção do Sindicato dos Músicos, (músicos, artistas, produtores e outros, participaram de graça), a reunião de todos chama atenção dos políticos da época, que tanto naquele tempo quanto atualmente parecem distantes do que continua a acontecer na região Nordeste.

Disco lançado em 1985, com duas faixas "Seca 'Água" e "Chega de Mágoa", segundo consta, teve decidida participação de todos, e Chico Buarque um dos maiores entusiastas com companheiros a ter esta atitude.
Não existem informações exatas sobre que resultou o projeto, sabemos que os dois clips destas músicas passaram no programa da TV Globo 1985, onde Chico e Caetano tinham programa exclusivo.
No projeto, o resultado das vendas do disco como objeto secundário a ser repassado em termos da importância do projeto, e transferidos aos Estados e remanejadas aos atingidos p/ cataclisma natural que a séculos aflinge o povo nordestino, não se sabe resultado, mas a verdadeira importância foi atingida. Chamar atenção para a secular falta de atenção

O mais palpável é a reunião da força positiva de artistas brasileiros. Possivelmente será dificil ver de novo todos desta oportunidade única, juntos em constelação interestelar no mesmo momento, empenhados em juntar forças na música brasileira para objetivo comum.

São vídeos raros de uma reunião, guardem pra sempre esta energia.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Trailer do Filme Luzia Homem

Trailer do Filme "Luzia Homem", realizado sobre o livro Luzia Homem de Domingos Olimpio, totalmente filmado no Ceará em 1987.
Ednardo realizou a trilha musical original do filme além de atuar como ator no fio condutor do personagem "Poeta de Cordel".

Na década de 80 é o primeiro filme brasileiro que toca de forma contundente, ao mesmo tempo realista e romântico, sobre a questão da reforma agrária, e também é o primeiro filme brasileiro a utilizar em sua trilha de sonorização o sistema dolby estéreo, que fornece significativa melhora de som no que antes eram chiados e trilhas quase inaudíveis.