sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Ednardo - Pavão Mysteriozo - Vídeo Clip






Video Clip gravado nas Dunas da Praia de Cumbuco - Ceará


Pavão Mysteriozo
Ednardo

Pavão Mysteriozo, pássaro formoso
Tudo é mistério nesse seu voar
Ai se eu corresse assim
Tantos céus assim
Muita estória eu tinha pra contar

Pavão Mysteriozo
Nessa cauda aberta em leque
Me guarda moleque de eterno brincar
Me poupa do vexame
De morrer tão moço
Muita coisa ainda quero olhar

Pavão Mysteriozo
Meu pássaro formoso
No escuro dessa noite
Me ajuda a cantar
Derrama essas faíscas
Despeja esse trovão
Desmancha isso tudo
Que não é certo não

Pavão Mysteriozo
Pássaro formoso
Um conde raivoso
Não tarda a chegar
Não temas minha donzela
Nossa sorte nessa guerra
Eles são muitos
Mas não sabem voar

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Avoa, Imaginação




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Arievaldo Viana Lima
É um dos grandes cordelistas cearenses, atualizado em todas as frentes, desde as tradicionais às mais modernas, ele e seu irmão Antônio Klevisson Viana Lima, trabalham com grande competência as diversas formas da Literatura de Cordel, e incorporam novas técnicas gráficas.
Em conjunto com seu irmão, têm sua própria usina de criação - Tupi Nanquim - onde publicam seus trabalhos artísticos em cordeis, republicam outros, além de trabalharem com desenhos animados, histórias de quadrinhos e outros formatos, que aproxima a xilogravura que é tradicional nos folhetos de cordéis com desenhos de bico de pena e gravuras.
Arievaldo também é professor e tem importante projeto que vem desenvolvendo a bastante tempo, ACORDA CORDEL realizado em salas de aulas de diversas escolas.
Ao criar o "Projeto Acorda Cordel na Sala de Aula", sua visão é que a utilização de folhetos e romances de cordel, sejam ferramentas paradidáticas no aprendizado, sobretudo na alfabetização de jovens e adultos.
Zeca Zines sabe da importância de seu trabalho e parabeniza Arievaldo Viana.
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Traduzido em cenas e canções, “O Romance do Pavão Mysterioso” ganha agora versão infantil.
Malino que nem menino, o poeta popular Arievaldo Viana inventara de atirar pedra em enxame. Meteu-se em briga de cachorro grande o cearense de Quixeramobim. É que, embora publicado há mais de 80 anos, o folheto “O Romance do Pavão Mysterioso” rende debates acalorados ainda hoje. De autoria do paraibano José Camelo de Melo Resende, o cordel acabou sendo impresso pela primeira vez levando a assinatura de um outro autor: o também paraibano João Melchíades Ferreira da Silva.
“O Camelo inventou a história do Pavão para ser cantada. Criou uma melodia até, mas não chegou a imprimir. Aí, o João Melchíades teve acesso ao original e fez uma versão. O José Camelo, então, tinha umas complicações com a polícia e não pôde reclamar seus direitos, mas depois publicou seus originais e meteu o pau no João Melchíades. Resultado: essa confusão continua rendendo”, comenta Arievaldo Viana. Não bastasse o engodo já tradicional, o cearense pôs na veneta de incrementar a polêmica ainda mais ao apresentar à meninada o causo de amor do jovem Evangelista e a condessa Creusa.
“O primeiro ‘O Romance do Pavão Mysterioso’ que conheci na vida foi o do João Melchíades. Devo esse crédito a ele. Sei que o original é do José Camelo, mas, na verdade, não sigo nem um nem outro”, destaca o autor. De parelha com o ilustrador pernambucano Jô Oliveira, Arievaldo Viana apresenta a seus leitores miúdos uma narrativa nova.
“A história continua atrativa. O José Camelo foi um visionário. O cordel tem um pé na ficção científica que o deixa atual. O Pavão é uma maleta que se aciona com um botão e vira um helicóptero. Então, as crianças embarcam na fantasia facilmente. O que mudei foi só a linguagem. Reduzi a quantidade de texto e inclui novos personagens”, pontua. Com isso, a trama inaugural ganhara mais agilidade e um formato mais didático. As letras de Arievaldo Viana têm a sala de aula como foco.
“Minha alfabetização foi feita com a coleção de cordéis da minha avó. Acredito na força formativa da literatura de cordel. Não há criança que resista à fantasia”, argumenta o poeta popular. Amigos pra mais de 10 anos, Arievaldo Viana e Jô Oliveira desenvolveram “O Romance do Pavão Misterioso” a quatro mãos.
Também afeito aos pincéis e tintas, o cearense fora apresentado ao pernambucano pela trama de José Camelo de Melo Resende. “Logo de cara, ele me falou do projeto de fazer uma versão em quadrinhos do folheto. A idéia acabou se transformando numa série de selos para os Correios que foi até premiada no exterior”, lembra Arievaldo Viana. “Passamos anos sem nos encontrar. Em 2003, topei ao acaso com o Jô e ele me falou que tinha publicado uma adaptação em prosa do romance, mas que não tinha gostado do resultado. Então, me propôs que eu passasse aquele texto de volta ao formato do verso, à poesia”, explica o processo.
O desafio estava lançado. O que nasceu no universo da oralidade e encontrou abrigo nas páginas fez-se imagens para retornar uma vez mais ao plano da literatura. “Baseei a minha releitura mais pelos desenhos do Jô do que pelos versos que conheço desde menino. As ilustrações já carregavam nelas uma certa adaptação. O Jô, por exemplo, muda o nome do inventor do Pavão. Eu aceitei essa mudança, rompendo com o original do José Camelo. Também o Jô ressalta mais uma dimensão nordestina da trama”, pontua Arievaldo Viana.
De 1923, quando chegou ao papel pela primeira vez, ao século XXI, “O Romance do Pavão Mysterioso” continua sendo um belo incentivo ao engenho. “É uma história que prova que a invenção é capaz de tudo. Não há força, não há arma, não há poder que seja capaz de vencer uma boa idéia”, resume o poeta cearense, agora mais encantado que nunca com a narrativa.
Arievaldo Viana acredita que aí esteja o motivo maior de explorar o folheto com estudantes das séries iniciais. “É um período no qual a formação pede esse tipo de estímulo. A questão é apenas de favorecer o acesso. Até hoje, nunca encontrei um menino que não se interessasse por literatura de cordel”, observa. Avoa, imaginação. Avoa.
Magela Lima
Repórter
POESIA
"O Pavão Misterioso"
Arevaldo Viana e Jô Abreu
30 páginas
2007
Editora Imeph

Chibata! - João Cândido e a revolta que abalou o Brasil




























HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Feitos heróicos

Revolta da Chibata é tema de graphic novel da dupla cearense Hemetério e Olinto Gadelha. O álbum sai pela conceituada Conrad Editora.
Não é exagerado falar na existência de um descompasso entre a qualidade dos produtores de quadrinhos (roteiristas, desenhistas, arte-finalistas, etc) do Ceará e o que estes conseguem publicar e distribuir de forma não-artesanal. Zines, revistas de vida-curta ou de periodicidade irregular, uns pouquíssimos álbuns e alguma publicação perdida que ganha abrigo em páginas d’além dos limites do Estado representam os maiores canais de escoamento para esta produção.
Por conta desta situação, “Chibata! - João Cândido e a revolta que abalou o Brasil”, álbum da dupla Hemetério e Olinto Gadelha, já merece atenção especial.
Trata-se de uma graphic novel (“romance em quadrinhos”) que funde episódios históricos e elementos ficcionais, para reconstituir o episódio histórico da Revolta Chibata (1910), no qual os marinheiros do navio Minas Gerais se rebelaram contra os castigos físicos, punição então regularizada na Marinha do Brasil.
A HQ chega às livrarias e comic shops um ano após ser anunciada pela editora Conrad.
A casa paulistana deu abrigo ao projeto da dupla de cearenses, saindo com um robusto e bem acabado volume de 224 páginas.
Além da garantia de boa distribuição (a editora disponibiliza seu material em lojas especializadas em HQs, livrarias e bancas de revista), “Chibata!” ganha com a marca da Conrad.
À princípio uma pequena editora, a Conrad é dona de um dos melhores catálogos do segmentos de quadrinhos. Ficou famosa ao trazer pérolas estrangeiras, como clássicos e novidades do underground norte-americano, álbuns europeus e orientais, mangás e material nacional de boa qualidade.
Liberdade e entraves
“Ainda mais infeliz do que não termos mais artistas publicados nacionalmente, é o fato de que
muitos artistas cearenses parecem estar satisfeitos com isso. Essa insularidade é mortal. É preciso expandir fronteiras. Não adianta ser ‘o bom’, sempre para um mesmo círculo de amigos. Deve-se publicar, expor, participar, sempre”, opina Olinto Gadelha, escritor e designer, responsável pelo roteiro da HQ.
“Chibata!”, contam seus autores, surgiu quase por acaso. O desenhista Hemetério havia encaminhado à editora um trabalho anterior - o livro de ilustrações “Garatujas”, cuja primeira edição ficou a cargo da dupla. A idéia de ver uma segunda edição do volume ser publicada pela editora não foi longe, mas, de lá, veio uma outra proposta. “Eles adoraram o trabalho, e ao invés de acatar a proposta de reedição, ofereceram a nós a publicação de um livro novo, em quadrinhos”, relembra Olinto Gadelha.
“Dos temas apresentados pela editora, a Revolta da Chibata foi o que mais nos interessou, pois a causa da liberdade sempre rende boas tramas”, conta o desenhista Hemetério. “Aliás, para nós, desenhistas e escritores, nada mais importante que a liberdade. Liberdade essa que usufruímos à vontade, pois a Conrad, uma vez acertado o tema, não interferiu de forma alguma”, completa.
A ficção faz a história
Pensar “Chibata!” apenas como uma conquista dos quadrinhos produzidos no Ceará seria cair no provincianismo. Pior ainda seria ter, por efeito colateral, a terrível ocultação das qualidades da obra.
O enredo arquitetada por Gadelha mistura eventos históricos com episódios fictícios. É a arte de romancista convocada para preencher lacunas que se perderam no tempo e conferir significado ao conjunto heterogêneo de fatos.

“Seria impossível realizar esse roteiro sem a Biblioteca Pública Menezes Pimentel”, comenta o roteirista, fazendo referência a pesquisa exigida, que incluiu uma viagem para conhecer a geografia carioca.
Boa parte do trabalho, percebe-se, serviu para construir uma psicologia e uma ética para o personagem central, o líder dos marujos, o negro João Cândido. “Um personagem assim épico não surge repentinamente como herói. É preciso entendê-lo, dar sentido a sua vida e sua luta, saber de onde vêm suas motivações e como surgiu seu instinto para a liderança”, explica Olinto.
O desenho de Hemetério chama a atenção por cruzar uma série de referências, na condição de um híbrido da tradição do cartum, dos mangás e das HQs independentes.
HQ
"Chibata"
Hemetério e Olinto Gadelha
R$ 39,00
224 páginas
2008
Conrad
DELLANO RIOS
Repórter

domingo, 26 de outubro de 2008

DVD Manassés

DVD MANASSÉS - AO VIVO
2005 - Gravado em 2004, durante a Feira de Música de Fortaleza no Centro de Convenções.

Contêm o Show; Entrevista; Depoimentos e Vídeo Clip.

Produção Independente - Manassés / ProDisc

Manassés começou a tocar seu instrumento ainda criança, em praça públicas e em circos. Na adolescência forma duas bandas - Os Barras Limpas e depois, Os Dissonantes, em Maranguape / CE, sua cidade de origem.

Em 72 compõe a Banda do Pessoal do Ceará junto ao Ednardo, Teti e Rodger Rogério, depois viaja para França onde reside e trabalha vários anos, percorrendo vários países. Em 78, ao voltar para o Brasil, compõe a Banda de Fagner e também forma a Banda Santarém juntamente com Petrúcio Maia, Ife e Candinho, com os quais realiza disco e vários shows.

Zeca Zines viu o DVD e recomenda com entusiamo.

Manassés é um músico e compositor brilhante, respeitado internacionalmente, dono de rara sensibilidade em suas criações que muito contribuem para a música brasileira.

A seguir uma entrevista e um vídeo clip de Manassés.



Manassés - Nananasalturas



Outros dois discos do Manassés.
Manassés - Pra Você - 1986
Manassés - Manassés - 1979
http://poeiraecantos.blogspot.com/search/label/Manass%C3%A9s

Disco da Banda Santarén - formada por Manassés, Petrúcio Maia, Ife, Candinho
Banda Santarén - 1980
http://poeiraecantos.blogspot.com/search/label/Banda%20Santar%C3%A9n%20%5BCE%5D