Excelente notícia!
Música no Curriculum Escolar. Começam a acordar pra esta necessidade básica que deve vir desde o início da escolaridade aos cursos médios e continuar nas universidades como especialização, tanto na área popular quanto erudita.
A música, alimento do espírito, do intelecto, do exercício da sensibilidade há muito tempo já devia ter sido expandida do mero palco da prática do pão e circo, do divertimento e lazer para tornar-se tão importante quanto o ensino das ciências exatas, experimentais, linguagens, informações e educações, físicas, religiosas, artes, tecnologias, etc.
Além do mais a música no currículo escolar começa a chamar atenção para uma depuração importante da qualidade do material criado pelas futuras gerações de músicos, compositores, autores, e professores que terão que se especializar em suas áreas.
Sem pretensão de ser didático, chamo atenção para exemplos básicos entre tantos outros que podemos citar, o que seria da longevidade dos Beatles sem George Martin, ou da Tropicália sem Rogério Duprat e Damiano Cozzella, maestros com embasamento de ensinamentos teóricos e práticos que forneceram grande riqueza às suas músicas.
Claro que isto não ofusca a criatividade original, o tônus vital de quem nasce com predicados próprios dos grandes artistas, mas é certo que abre outros horizontes para todos, tanto para os que realizam quanto para os que recebem o produto final.
Se esta medida tivesse vindo antes, talvez não tivéssemos o quadro dantesco da atualidade comandada apenas por interesses comerciais de departamentos de marketing e de mídia, mandando ver em grande parte o lixo musical para consumo, porque tanto os que comandam corporações do meio musical e mídia quanto o público seriam mais exigentes, teriam aprendido na escola que a música engloba quase tudo e é vital para o desenvolvimento humano como um todo.
Filosofia é de importância fundamental, é outra matéria que deveria constar no curriculum escolar no ensino médio principalmente, porque no superior já existem faculdades específicas.
É claro que música no curriculum escolar, não deve se tornar coisa tipo no governo (ditadura) de Getúlio Vargas, forçando todo mundo aprender "Canto Orfeônico" pelo método de Villas-Lobo, que embora genial não deveria ser o único, nem no modelo do tempo de outra ditadura militar meados dos anos 60, década de 70 aos meados da década de 80, trabalhando ferozmente para “limpar a mesa” alijando quase que duas ou três gerações dos meios de comunicação de massa, na tentativa de apagar a história dos fatos, da cultura, enfim das músicas e letras feitas durante este período.
A diversidade de ensino da música nas escolas realmente não pode ter ranço de quaisquer espécie. Melhor que seja no universo da música mundial, com atenção especial ao nosso terreiro, às nossas diversidades musicais a nossa brasilidade em conjunto com outras formas de manifestações musicais.
Pelas músicas de todas as partes do mundo, além de aprendermos idiomas, poesia, comportamentos e identidades de um povo, é veículo de transporte de uma infinidade de pensamentos e atitudes e sacações de insights, que os matemáticos em suas precisões admiráveis chamam de "Universo Bi-Univoco", para traduzir e expressar um ambiente no qual podemos entender e falar sobre nosso mundo e existência e cultura, no sentido maior das palavras mais plenas de significados.
A economia que envolve o fato musical é uma forma mundialmente reconhecida de movimentação considerável de fatores de riqueza, (não falo apenas do monetário), que atualmente entra no funil de remessa de lucros e dividendos de via única, envolve também fatores de transformação e criação de domínios muitos abrangentes.
Que tal podermos ter a oportunidade de que se ensine a nossa gente a trabalhar desde novo com esta ferramenta?
Quando uma das músicas mais ricas do planeta não é capaz, ainda, de gerar reconhecimento de forma mundial, como uma das fontes mais plenas de movimentação de valores agregados, nem no exterior, nem em nosso próprio pais, é sinal que algo deve ser feito para colocá-la na perspectiva de atuar como fator de mudanças.
A preocupação de muitos é que professores mal informados ou pouco formados ou tendenciosos manipulem ou negligenciem o importante espaço.
Mas vejo também por outros prismas, todos eles amplos. Um povo bem informado de sua cultura e arte, ao se ver no espelho e se respeitar, e se reconhecer, deixa de repetir outros modelos e assume sua própria identidade.
Música nas escolas com professores bem formados e informados com visão ampla, é tudo de bom.
Desta forma, até eu queria voltar pra escola com Nova-Mente.