quinta-feira, 21 de junho de 2007

Climério Ferreira





Post enviado por Aura Edições Musicais
(do Site de Climério Ferreira) - http://climerioferreira.sites.uol.com.br/
por Antonio Celso Duarte - Piracicaba,SP, 24.02.2007

O começo de tudo para nós estava ali. Na melhor cidade do interior paulista, que nos cativava e abrigava os amigos e futuros parceiros. Era em São José dos Campos, terra de Cassiano. Foi o próprio Cassiano Ricardo, em pessoa, homenageado por nós, então estudantes de Arquitetura, com uma apresentação áudio-visual de sua obra poética, na antiga Sala Veloso, que viria a ser palco de muitas das nossas apresentações.
Foi o nosso primeiro vínculo poético. No início dos anos 70, eu estudava arquitetura na FAU São José dos Campos e Climério Ferreira, já formado trabalhava no INPE, produzindo os primeiros programas educativos da TV brasileira.
Dos nossos primeiros contatos, tanto no Caneco, um restaurante na praça central, como nos bares espalhados de frente para o verde do Banhado, até encontrarmos nosso ponto ideal – O bar do Pedro, celebrizado nos poemas do Climério, quando surgiram nossas primeiras composições.
Foi assim até inventarmos nossa Casa Amarela, uma república de estudantes, que atraiu poetas, compositores, onde nasceram nossas parcerias começando por “Mantenha a Distância, São Piauí, Boa Nova, Pé de Pau”, entre tantas outras.
Ali encontrávamos nos finais de noite com Passoca, Carlão de Souza com os quais eu comporia o grupo Flying Banana. Evelise Fernandes com seu violão fazia parte das nossa noites de música e também das nossas primeiras apresentações.
Ednardo, já conhecido pelo grande público, junto ao Pessoal do Ceará com Roger e Tetty., Amigo do Climério, também passava por lá Zeca da Bahia, o seu irmão Clodo, Belchior, Marcus Vinícius, Augusto Pontes e também o poeta Jotabê Campanholi.
Nesse ambiente de pura criatividade e amizades sinceras foram criadas muitas composições depois incluídas nos discos Flying Banana e São Piauí, gravados em 1975 e 1976.

Vem comigo menina...vem pra São Piauí!

Juntos partimos de uma premissa – unir música, poesia e sentimento através das raízes e de nossa origem. Eu, vindo do interior de São Paulo, das cidades de Capivari e Piracicaba, cultivando a autêntica música caipira. Enquanto Climério, nascido em Angical do Piauí e crescendo na região central do país, trazia em seu bornal um rico conteúdo da autêntica música do norte. Juntamos nosso folclore “nossos trapos, nossos planos”. Climério escreveu a letra de São Piauí e compus a melodia.

Na época eu alternava minhas horas de estudo na FAU, com a produção de shows, trazendo os novos da MPB para apresentações em São José dos Campos. Sendo assim, convidamos Ednardo para o primeira de uma série de apresentações que ali aconteceriam. Vi Ednardo pela primeira vez em São Paulo durante a gravação do programa Mixturação, como integrante do Pessoal do Ceará com Roger e Tetty. Depois recebemos em nossa "casa amarela" como um amigo sincero e um compositor e compositor de raro talento e criatividade. Era um pós-tropicalista autêntico, autor de lindas músicas - um inovador. Na época já se preparava para uma carreira solo e estava gravando o seu primeiro LP solo - Pavão Misterioso. Música que logo se tornaria sucesso nacional como tema de abertura da novela Saramandaia na Globo.

Ednardo ouviu as músicas de Climério e se encantou com as parcerias com os irmãos Clodo e Clésio. Ednardo também nos recebia nos seu apartamento em São Paulo, localizado no Bairro Pinheiros. Nossas idas e vindas à capital, muito próxima de São José dos Campos tornaram-se freqüentes, com grandes papos regados a vinho nas frias noites paulistanas.
Encontramos em Ednardo mais que um artista, já pronto, com discos gravados e apresentações na TV, e sim um amigo. Para Climério, até certo ponto avesso às apresentações em público e um compositor e cantor no estilo intimista, só mesmo amizade e a confiança depositada por ele na pessoa de Ednardo era importante naquele momento.
Pois foi o próprio Ednardo que o convidou para participar do programa Mambembe na TV Bandeirantes e levou os irmãos Climério, Clodo e Clésio para gravar o primeiro LP na RCA, com o nome “São Piauí” e com produção do próprio Ednardo.

Dos anos 70 até os nossos dias foram lançados muitos discos e composições gravadas por vários intérpretes e outras novas e inéditas esperando para serem divulgadas, conforme podemos conferir neste site.
Durante estes quase trinta anos não nos vimos mais. Somente em 2004 nos encontramos pela internet numa troca de textos num site de música popular brasileira. A reaproximação foi imediata bem como a volta às composições e novas parcerias.
Antonio Celso Duarte, (Bê) - é arquiteto, ex-integrante do grupo Flying Banana,
um dos parceiros de Climério e autor das páginas do site de Climério.



Um comentário:

Unknown disse...

Grande Bê....encontrei esse texto aqui a net e aproveito para mandar um puta abraço para você e a Lígia. Estamos por aqui, meu camarada!!!!
Decio